
"Dentro da Igreja, o debate sobre os divorciados recasados, confunde-se com a própria história da Igreja. O tema nunca foi consensual, a favor ou contra, havendo até divergências entre os padres da igreja, uma referência da verdade e da ortodoxia doutrinal da Igreja.
Este debate permitiu focalizar o tema, ter uma abordagem abrangente e centrada na pessoa, conciliar opiniões, avançar com novas propostas pastorais, desenvolver modelos de formação para os sacerdotes, equipas de casais e comunidades, aplicar processos de acompanhamento e discernimento dos casais, e introduzir alterações na disciplina da Igreja.
Os Sínodos sobre a família de 1980, 2014 e 2015 tiveram um grande impacto no interior da Igreja, com a criação de uma nova mentalidade e de novas atitudes. Lançaram novos desafios às comunidades, na missão de acompanhamento e integração destes fiéis, aos sacerdotes que acompanham o seu processo de discernimento, para o acesso à comunhão e à confissão.
A exortação Amoris Laetitia propõe uma mudança radical: discernimento, acompanhamento, integração e reconciliação. Cada caso é um casoe o Papa Francisco, pela nota 351, defende que pode haver a ajuda dos sacramentos, recordando que a Eucaristia "não é um prémio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos".